Como reduzir o consumo de carne pode ajudar na preservação do meio ambiente

Se tudo o que consumimos acaba causando impactos no planeta, isso não é diferente quando o assunto é a nossa alimentação. Reduzir o consumo de carne, por exemplo, pode ajudar na preservação do meio ambiente.

            Antes que você questione, não faremos aqui uma apologia ao vegetarianismo ou veganismo. Apenas daremos algumas informações sobre os impactos da agropecuária no meio ambiente e práticas que você pode adotar no seu dia a dia, dentro de sua casa, para contribuir na preservação do meio ambiente sem alterar tanto a sua rotina.

            Ficou interessado? Vamos entender melhor então os motivos do consumo excessivo de carne ser um problema.

            Por que o consumo excessivo de carne prejudica o meio ambiente?

            Pra começar, vamos situar o Brasil no mundo da produção e consumo de carne. Nosso país é o maior exportador de carne bovina e avícola do mundo e a previsão é de que até 2025 seja também o líder também em produção, quesito, que, até agora, é liderado pelos Estados Unidos.

            Quando o assunto é consumo, também estamos em destaque. Cada brasileiro come, em média, 78 quilos de carne por ano, o que nos faz figurar na 6ª colocação mundial, perdendo apenas para Austrália (93kg), Estados Unidos (91kg), Israel (86kg), Argentina (84,7kg) e Uruguai (83kg).

            Apesar de gerar empregos e riquezas, uma das consequências da expansão descontrolada da agropecuária sobre as paisagens naturais do país é o desmatamento e a contaminação do solo e da água. Além disso, a produção de carne consome boa parte dos recursos hídricos e é responsável pela emissão de gases poluentes, além de acelerar os efeitos do aquecimento global.

            Alguns estudos também indicam que para a produção de um quilo de carne bovina são gerados, em média, 44 quilos equivalentes de dióxido de carbono (CO2). Isso  é o mesmo que um carro percorrendo a distância entre as cidades de São Paulo e Campinas duas vezes. O dióxido de carbono é produzido pelo gado em vida, por meio da respiração e liberação de gases.

            Não é só o meio ambiente que é prejudicado

            O consumo excessivo de carne também se reflete na saúde da população. O alto consumo resulta em uma dieta de baixa qualidade e no aumento no risco de doenças cardiovasculares e de desenvolvimento de câncer.

            Mais do que isso: segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e Alimentação, cerca de 70% das novas doenças que surgiram desde a década de 1940 , incuindo o coronavírus, são de origem animal.

            Ou seja, o consumo excessivo de carne se reflete na saúde do mundo todo, não apenas na daqueles que não têm uma dieta equilibrada, já que tem impactos diretos no meio ambiente e no surgimento de novas doenças.

            O que fazer e como reduzir o consumo de carne?

            Diante de tudo isso, como podemos reduzir o consumo de carne em nosso dia a dia? Não é uma tarefa fácil. Como vimos no início do artigo, consumir carne é mais que uma opção de alimento em nosso país. É algo quase cultural. Um churrasco sempre traz ótimas recordações. As festas de final de ano sempre têm carne. Praticamente todos os nossos almoços e jantares. Comer carne está atrelado a sentimentos também.

            O primeiro passo é compreender verdadeiramente os efeitos negativos desse hábito para o mundo. Depois, entender que reduzir não é se privar. E, por fim, comece a incorporar na sua vida algumas mudanças de rotina:

  • Segunda sem carne: esse é um movimento global que, aos poucos, tem ganhado força, especialmente nas grandes cidades. A ideia é ficar um dia da semana, a segunda-feira, sem ingerir qualquer tipo de carne.

O movimento, porém, surgiu nos Estados Unidos na década de 40 com um objetivo bem diferente: a proposta na época era reduzir o consumo de carne das famílias americanas para auxiliar na guerra. Só em 2003 esse movimento foi resgatado como forma de prevenir doenças causadas pelo excesso de consumo de carne.

Aqui no Brasil, a campanha tem o apoio da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), e já ganhou adesão da Rede Estadual de Educação do Estado de São Paulo, do programa Bom Prato e de grandes empresas, substituindo proteína animal por vegetal toda segunda-feira.

  • Novas receitas: acima de tudo, não é preciso ser vegetariano ou vegano para aproveitar e saborear a culinária desenvolvida por esses grupos. Há na internet uma infinidade de sites com receitas que dispensam o uso de carnes como ingredientes, o que, de forma alguma, deixa a receita menos apetitosa e gostosa. As vezes, tudo o que você precisa é dar uma oportunidade. O máximo que pode acontecer é você ter mais opções de receitas para preparar para a sua família. E, de quebra, ainda consegue ajudar o planeta a ser mais saudável.