Qual a relação entre poluição e alzheimer?

A poluição, como todos sabem, é um fator que prejudica a saúde do homem. Pessoas que vivem em ambientes mais poluídos, por exemplo, tendem a apresentar mais doenças respiratórias do que aquelas que vivem em ambientes com menos poluentes. Além disso, o que pesquisas recentes vem apontando é uma relação entre poluição e alzheimer. Esses estudos sugerem que a população que vive em áreas mais poluídas tem uma tendência maior a desenvolver essa doença.

Neste artigo, conversaremos sobre esse assunto de saúde pública Vamos conferir?

O que é o alzheimer?

A Doença de Alzheimer é uma doença causada pela morte de células cerebrais. Ela se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas como, memória, orientação, atenção e linguagem.

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a estimativa é de que, no mundo, existam cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer (DA). Um total de 1,2 milhão de pessoas convivem com essa doença no Brasil, segundo estimativa. A maior parte delas, entretanto, ainda não recebeu o diagnostico.

Isso ocorre porque a doença pode ser confundida como uma condição dos idosos, um declínio cognitivo relacionado à idade. O que poucas pessoas sabem é que a Doença de Alzheimer pode começar décadas antes do surgimento de seus sintomas. O descobrimento tardio pode dificultar seu tratamento e, portanto, prejudicar a qualidade de vida do paciente.

Sintomas do Alzheimer

O Alzheimer é a doença que mais provoca quadros de demência no mundo. Ela é caracterizada por:

  • alterações audi-espaciais;
  • alterações de memória;
  • desorientação em relação ao tempo e ao espaço;
  • desorientação do raciocínio;
  • falta de concentração;
  • distúrbio de aprendizado;
  • impossibilidade de realização de tarefas complexas;
  • impossibilidade de julgamento;
  • afetação na linguagem e habilidades visuais-espaciais.

Essa confusão faz com que a busca por orientação médica demore, o que tem como consequência o diagnóstico tardio. Essa demora, portanto, afeta diretamente no tratamento do paciente.

Afinal, o diagnóstico precoce torna possível retardar o avanço da doença. Por isso, ter maior controle sobre os sintomas é fundamental, o que garantirá melhor qualidade de vida à pessoa com Alzheimer.

O que a poluição tem a ver com o alzheimer?

Um estudo publicado pela revista “Environmental Research” encontrou nanopartículas de poluição atmosférica no tronco encefálico de 186 crianças e jovens entre os 11 meses e os 27 anos. A presença destas partículas finas, de modo geral, está associada a danos causados no Alzheimer.

As novas hipóteses sugeridas neste estudo terão de ser testadas no futuro para compreender a relação entre a presença de partículas finas no cérebro e o surgimento de doenças neurodegenerativas. 

A revista Environmental Research, por exemplo, publicou uma investigação liderada por pesquisadores da Universidade de Montana, nos Estados Unidos. Ela se baseou no estudo de 186 crianças e jovens entre os 11 meses e os 27 anos, da Cidade do México, que morreram repentinamente.

O que o estudo diz?

Os responsáveis por este estudo encontraram nanopartículas de poluição em abundância no tronco encefálico dessas crianças e jovens, sendo provável que as nanopartículas tenham chegado ao cérebro após terem entrado na corrente sanguínea.

Os investigadores e especialistas, entretanto, são cautelosos nas conclusões. Eles consideram que ainda não está comprovado que a presença destas partículas signifique o desenvolvimento de doenças no futuro, ainda que estudos recentes já tenham estabelecido a ligação entre a maior exposição à poluição atmosférica e a probabilidade de desenvolver doenças degenerativas.

No entanto, o que este estudo vem mostrar é que estas partículas finas poluentes, encontradas no tronco cerebral de dezenas de crianças e jovens, podem operar um mecanismo físico associado aos danos que estão presentes nos doentes de Parkinson e Alzheimer.

As partículas finas estão intimamente associadas a proteínas anormais. Essas proteínas são sinais destas doenças específicas e não foram identificadas, por exemplo, no cérebro de crianças ou jovens de zonas menos poluídas. Isso, portanto, pode ser um forte indício de que existe essa relação entre poluição e alzheimer.