Veganismo ganha cada vez mais espaço no Brasil

O veganismo no Brasil – e no mundo – está crescendo a cada ano. Estudos mostram que 14% da nossa população já se declara vegetariana, o que representa, aproximadamente, 30 milhões de brasileiros. Não há, entretanto, nenhuma pesquisa que mostre de forma precisa a porcentagem ou quantidade de veganos por aqui.

Apesar disso, aceita-se como valor aproximado o número de 7 milhões de pessoas, tendo como base uma estimativa feita em comparação com a quantidade de veganos de outros países. Isso porque, mundialmente falando, cerca de 33% das pessoas que se declaram vegetarianas são veganas.

Mesmo com números não tão precisos, uma coisa está clara: o veganismo vem ganhando cada vez mais espaço no país. Afinal, o veganismo é uma tendência no mundo todo, e o mercado é a prova disso. 

Veganismo e Vegetarianismo. Qual a diferença?

Muita gente ainda tem dificuldade em diferenciar veganismo e vegetarianismo. De fato, esses dois movimentos dialogam muito entre si. Mas há diferenças significativas entre o estilo de consumo desses dois grupos.

De uma maneira geral, a principal diferença entre esses dois grupos é que o vegano expande a sua restrição de consumo animal para diversas outras áreas, que não só a alimentar. Logo, além de não comer carne animal, assim como o vegetariano, ele também não consome produtos de origem animal de uma maneira geral, sejam roupas, remédios ou produtos de beleza.

Desse modo, nenhum dos dois comeria um bife de carne de boi, contudo o vegetariano não teria problema, por exemplo, em usar uma bota feita de couro, enquanto o vegano sim.  

De forma resumida, todo adepto do veganismo também é vegetariano, mas nem todo vegetariano é um vegano. Os dois grupos excluem a carne de sua dieta, porém os veganos são mais extremos nessa decisão e cortam também o uso e consumo de qualquer produto de origem animal.

Buscas na internet sobre veganismo aumentaram 

De 2012 a 2017, o volume de pesquisas em sites de buscas da internet pelo termo “vegano” aumentou 14 vezes só no Brasil. As empresas e produtos específicos desse nicho também aumentaram: há cerca de 240 restaurantes vegetarianos e veganos no país, e diversas marcas com produtos que levam a identificação de “vegano”. Mesmo as empresas de fast food mais famosas aderiram ao movimento, com a criação de lanches que não levam carne animal e nem seus derivados.

Tudo isso fez com que o crescimento do mercado de produtos veganos no Brasil cresça na ordem de 40% ao ano. Surpreendente, não é mesmo?

Veganismo: benefícios para o corpo e para o mundo

Do ponto de vista individual, existem diversos estudos que demonstram que o veganismo reduz a chance do desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e problemas no coração. Aconselha-se, entretanto, que essa mudança alimentar seja feita com o acompanhamento de um nutricionista ou profissional da saúde.

Em nível global o impacto é diferente, mas igualmente importante para o bem-estar de todas as espécies que habitam a Terra. E isso passa por entender a forma como os produtos de origem animal são produzidos.

O veganismo contribui com a diminuição da produção de carne. Em um cenário hipotético, estudos afirmam que a interrupção total da produção de carne reduziria em até 75% a taxa de ocupação do solo. A prática vegana também contribui para a preservação da biodiversidade e diminuição do aquecimento global e de gastos governamentais com a saúde pública, já que a população tende a ser mais saudável.

Transição para o veganismo

Há muitas pessoas que querem se tornar veganos ou vegetarianos, mas a correria do dia a dia e as opções disponíveis acabam não tornando essa opção tão prática. Se esse for seu caso, aqui vai uma dica: reduzir o consumo de carne já contribui bastante para um mundo melhor.

Por outro lado, se você está disposto realmente a adotar o veganismo em sua vida, acredite e siga firme nesse propósito. O primeiro grande passo para essa transição é pesquisar e entender sobre o assunto. Pesquise sobre receitas, benefícios, pesquisas científicas, restaurantes veganos perto de sua casa, etc. Quanto mais informações a respeito do assunto, melhor será. A transição pode ser feita também de maneira gradual, diminuindo aos poucos – mas de forma constante – o consumo de alimentos de origem animal. Se possível, procure ajuda de um nutricionista. Esse profissional contribuirá muito para que você aproveite plenamente os benefícios dessa transformação.